domingo, 6 de dezembro de 2009

Gol do catador

Hoje fui ao jogo São Paulo x Sport, no Morumbi. Não muito lotado, algo em torno de 35 mil torcedores, mas os paulistas estavam eufóricos com a esperança de título. Seria preciso mais do que bom futebol para levar a taça; era necessário sorte.

Uma combinação de resultados aliada a um tropeço do líder flamengo colocaria o São Paulo pela quarta vez consecutiva como o melhor do Brasil. O jogo então não poderia ser menos do que emocionante.

De ouvidos no rádio para saber os demais resultados da rodada, a torcida acompanhava entusiasmada o clube paulista meter 4x0 na equipe de Recife. Era o que todos estavam esperando, uma goleada, um jogo de raça, luta, vibração. O título não veio, inhfelizmente, mas os torcedores sairam com aqueleu gostinho de "fizemos o possível".

Depois do confronto, algo me chamou atenção enquanto esperava um ônibus para voltar pra casa. Um catador de latinha veio em minha direção e perguntou se eu já tinha terminado de tomar o meu refrigerante. Era uma coca-zero eu acho, mas pouco importa. Fato é que peguei a lata, entreguei para ele, e ele colocou na sacola que segurava.

Um golaço, uma cena de arrepiar. Imaginei naquele momento um locutor fazendo a narração daquele lance incrível:

"Felipe segue para o ponto de ônibus, espera um toque do motorista para poder subir na grande área do veículo, mas de repente, é interceptado por um catador de lixo. O catador pega a latinha, chuta com maestreza e faz um gol, gooooooooooooolllllllllll!!!!!!! Ééééééééé, do catadorrrrrrr!!!"

O catador representa quem deveria estar realmente na seleção brasileira. São pessoas que passam todos os dias trabalhando para que nós não tenhamos que tropeçar em uma latinha na rua. Eles acordam, batalham, lutam por um real que seja. E muitas vezes marcam um gol, no nosso coração. A eles minha homenagem hoje.

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