quarta-feira, 31 de março de 2010

Cavar

Cavo até o mais profundo
E depois descanso
Porque trabalhar só
É Complicado

Sorte e futebol

No futebol da vida
Ganho sempre
Faço bonito

No futebol de bola
Já perdi
Há muito tempo

Prudente

A única pessoa
Com essa característica
Foi ele mesmo
Seu Prudente Albuquerque
Da rua 2

Pureza

Quem aqui é puro?
Pergunta o pastor
Só Dona Lola responde
93 anos


Ele duvida

Dúvida

O menino perguntava
Mãe, o que é sexo?
Ao que ela respondia
Também não sei, meu filho
Se descobrir, me avise

Higiene bucal

Levanto, masco um chiclete
Tomo Coca-cola
Como um brigadeiro
É, acredito que os dentes
Estão limpos

Boate

Estava dançando, empolgado
Sem querer passei a mão nela
Virei para me desculpar
E ela para agradecer

Bunda

Uma bunda é bonita
Desde que seja
Um membro inferior
Do corpo da pessoa

Insistência

Pedi, recusou
Repeti, não aceitou
Insisti, negação completa
Até que
Me mandou tomar no cú

domingo, 28 de março de 2010

Passado

Saudades de quando
A saudade era ausente

Toc Toc Toc

Bateram na porta
Era um vendedor
Vendia muitas coisas
Entre elas o amor

Lembra

Lembra
De onde tudo parou
E volta
Ansioso pelo premio

quinta-feira, 25 de março de 2010

Sexos

Ele é homem
Ela, mulher

Ele saiu de uma vagina
Ela, de uma filosofia

quarta-feira, 24 de março de 2010

Mais do poeta

O poeta escreve
Aquilo que a fala
Por preguiça, talvez
Não sabe dizer

Espaço do poeta

Bom
A vida
Começou
Assim
Meio torta
Sem rumo
Prumo
Ou direção


Veio um cara
E tentou arrumar
Deu no que deu
Estragou tudo o bobão

Mas enfim
A poesia me permite mais
Como terminar o texto de qualquer jeito
E é o que vou fazer
Entenda como quiser

Idiotice

Vai tomar
Naquele lugar
Que não ouso falar

Seu cretino

terça-feira, 23 de março de 2010

Quando eu te encontrar

Quando eu te encontrar
O ceu deixará de ter estrelas
E o inferno será congelado
A terra sairá fora do seu eixo
Papai noel virá na ceia de natal

Enfim, vai ser um dia batuta

Lerê

Lerê, lerê, sou escravo
Tomei uma pancada de chicotadas hoje
Marcas por todo o corpo
Violência
Pancadaria
Sou escravo
Estou no meio de uma senzala
E apanho todos os dias
Meu senhor não tem piedade
E apanho
Apanho
Apanho
Apanho
Ai

Olá

Olá,
Eu me chamo aqui
Sobrenome agora
Apelido de repente
Meus pais me chamavam de pressa

segunda-feira, 22 de março de 2010

Ciclo

Aquele punhado de terra
Que cuspi
No chão
Nada mais era
Que a devolução
Daquilo
Que não era meu

Usei a terra, revolvi-a
Durante toda a minha vida

E ela teve que ser devolvida

Lembrança

Saudades de quando o tempo se chamava sorvete
E quando a vida era um problema de nome chiclete

Nesse tempo, pula pula era uma filosofia
E parque de diversoes uma sala de reuniões

O sentimento se resumia a um pedaço de bolo
E o colo da mãe era um ambiente de trabalho

domingo, 21 de março de 2010

Agente às avessas

My name is bonder
Super bonder

Se escrever...

Se ficar sozinho fosse poeticamente correto
Escreveria um mar de poesias
Todos chamados solidão

Se poesia rimasse com tristeza
Meu nome seria triste
E a poesia seria uma rima constante

Se a poesia fosse um verbo
Meu nome seria poeta
E eu escreveria um poema

Parece uma poesia

Navegando
Na via
O navio
Na vida

Na neve
A nave
Navega

Humanos II

Traição
Palavras
Dor
Desespero
Matemática dos mortais

sábado, 20 de março de 2010

Palavras ao vento

Sempre que for amar
Lembre-se de sonhar

E sempre que for olhar
Lembre-se de amar

E sempre que amar
Lembre-se de viver

Alienação

Pegue um pedaço de cocô
Passe perfume
Embrulhe
E mande para o seu melhor amigo
Talvez ele aceite o presente

Bola de neve

Sentimento
De bola de neve
Vai crescendo
Ate não sei onde
Cresce como pode
Onde pode
Vai crescendo
Até estourar
E bater de frente
Com um paredão
Bola de neve
Ve se para
E dá um tempo
Pra mim
Ve se deixa
Pelo menos
Eu descer
Antes de bater

O Tim era assim

Não sei por que você se foi
Tantas saudade eu senti

Sua cachorra

E eu, gostava tanto de você
E eu, gostava tanto de você

Pilantra
O título deste poema
Expressa o presente momento

sábado, 13 de março de 2010

Suas pernas

Suas pernas
São como pernas
E seu tendões
Como tendões
Você é você
Eu sou eu
Nós somos nós

E vai te lascar

Zona de perigo

A vitrine é a porta daquela região
As pessoas são os produtos
Maqueados
Atropelados
Destituídos

terça-feira, 9 de março de 2010

Resumo da ópera

O ser humano

Informática

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Sem título

Uma precariedade
Precária
Me precariou
A vontade
De fazer
Poesia

domingo, 7 de março de 2010

O rei estilo cafetão

Meu coração
Não sei porque

Dá uma chacoalhada boa
Quando olha pras suas pernas

Perigo solene

Odeio a felicidade mesquinha
das reuniões

Os artefatos sacanas
dos reunidos

A ironia nojenta
dos oradores

E a santa imagem
que a luz lhes reflete

E odeio
por saber
que a existência humana
não se resume em uma reunião

Mas amo a felicidade mesquinha
da vida

Os artefatos sacanas
dos viventes

A ironia nojenta
dos terrestres

E a santa imagem
que a luz lhes reflete

Amo
E ponto final

sexta-feira, 5 de março de 2010

Tosco

Séculos se passaram
E o mundo continua tosco

Morte bandida

Quando a morte é bandida e traiçoeira
A vida é um crime diário e inconsequente

Vida bandida

Quando a vida é bandida
A morte é sempre criminosa

quinta-feira, 4 de março de 2010

Força maior

Um grito
E uma vontade
Só isso bastou
Para mover o universo

Nariz de batata

Depois daquele dia
O doutor, idiota
Me deu um nariz de batata
Perguntem-me porque
Que eu mostro

segunda-feira, 1 de março de 2010

Avô

Avô amigo
Avô bandido
Avô malandro

Avô moderno
Avô baderna
Avô bagunça

Avô sensacional
Avô sensação
Avô sentimento

Avô que chora
Avô que adora
Avô que ama

Avô

Sentimento que não para