Casamento. Sonhos, esperanças, amor, fantasias que se realizam, esperança de um novo amanhã. A expectativa de encher a casa de crianças preenche de alegria e esperança os pais, irmãos, tios e cunhados. Uma bosta pra falar a verdade. A começar na cerimônia: o pai do noivo é chato, mas tão chato, que ninguém aguenta mais as mesmas piadinhas de sempre, atrapalhando a diversão de todos no dia mais feliz da vida do filho; o irmão da noiva, então, um ser inexpressivo, que convidou uns poucos amigos com a autorização da irmã só pra dizer pra todo mundo da festa que é o mais legal do mundo.
As sogras, que maravilha, as sogras. Sempre impecáveis, perfumadas e com cara de felicidade. Uma projeção cúbica da falsidade que ronda a festa no dia da cerimônia, na verdade. Entre sorrisos e sorrisos, percebe-se logo a competição entre as duas, com olhares entrecruzados e rajadas de gargalhadas flamejantes. A roupa das duas segue geralmente o mesmo padrão, exacerbando o seu lado competitivo: um vestido três números abaixo do corpo que está por baixo só pra parecer que elas estão mais magras do que são. Isso acaba deixando-as com um ar de pinguim recém-nascido; uma sandália que espreme ao máximo os pés, formando bolhas de pele sobre as tranças do calçado. A verdade é, que de tão apertadas que estão, as sogras acabam tendo os movimentos limitados durante a cerimônia, ficando com medo de arrebentar um botão, um zíper ou ter uma veia estourada em pleno casamento dos filhos.
O padre é um amigo da família. Companheiro inseparável, atendeu os noivos quando estes ligaram no meio da madrugada arrependidos por terem quebrado o voto de castidade em uma noite de pecado. Também foi o responsável pelos batismos da maioria dos membros das duas famílias. É mentira na verdade. Tanto o noivo quanto a noiva conhecem o pároco faz só uns quinze dias, chamaram-no de emergência porque não conseguiram encontrar ninguém a tempo. O cara foi com um discurso pronto, de que conhece os noivos desde pequenos e blá blá blá, blá blá blá.
Mas uma figura chama realmente a atenção em um casamento: o noivo. Ele, que a partir de agora vai ser um marido dedicado, fiel, que ama sua esposa mesmo em meio a probreza, tristeza, mesmo que ela esteja a beira da morte. Sim, ele há de permanecer o cabeça da família, há de ser para sempre o companheiro inseparável, o momô, nenê, bebê, anjinho... ele, o inigualável... troxa.
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