domingo, 7 de fevereiro de 2010

Momento

A duração daquele momento
Não cabia na definição de infinito
Ele tinha um infinito próprio
Maior que o infinito dos cientistas
Ou o infinito dos tempos

O universo era nada perto daquele momento
Daquele sentimento
Daquela vida

O sofrimento dos santos não se compara com as estrelas
É sofrimento próprio, sem dia nem hora para acabar
É sofrimento remoído, retorcido e refeito
Construído sobre o pilar do instinto e da sobrevivência

Eu também já me senti assim, um santo
Um santo
Um santo
Um santo
Um santo
Um santo

De repente, um sussurro
E a santidade deu lugar ao pecado
E o pecado pareceu ser a forma mais correta de agir

E os que substituiam a santidade
Pelo pecado
Revelavam poder aparente e transitório
Mas não deixavam de fazê-lo
Pelos motivos que ceus e terra não ousam perscrutar
E nem perguntar por ele
Contínuo
Contínuo
Contínuo
Contínuo
O pecado se tornou contínuo

Mas a vida é inalterável
E suas leis, imutáveis

Imutáveis parece uma palavra conveniente para o momento
Pois não muda
Não muda
Não muda
Não muda
Não muda

A vida continua inalterável
E seu desafiadores
Os que adentraram o mundo do pecado
Hão de ver
E sentir
Que a vida
Continua inalterável
Inálterável
Inalterável
Inalterável
Inalterável
Inalterável
Como as cinco últimas estrofes deste poema

2 comentários:

  1. o tempo não pára. a vida continua, sem mudanças, tudo normal. amei. bj

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  2. Saber-se pecador é a melhor forma de santificação, na minha opinião... pecar consciente, insistentemente e imutavelmente... vá em frente... beijos... PARABENS, APAIXONOU-SE ou já estava antes?

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